segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Don't get too close. It's dark inside


Nestas duas curtas frases da letra da canção “Demons” dos Imagine Dragons é mostrada a realidade nua e crua de todos nós: o lado escuro e secreto. “Não te aproximes demais. Dentro de mim está muito escuro.

Não estou a dizer que o nosso lado escuro é mau, cheio de ideias perversas e à espera de fazer más acções. Não, é mais como o lado oculto da Lua, inacessível, misterioso, invisível.

Temos sempre dentro de nós algo que não queremos mostrar aos outros, que fica aprisionado dentro da nossa cabeça, encarcerado na nossa alma. Que consideramos que é nosso, e por isso achamos que ninguém se deve aproximar demasiado. Ninguém o deve ver. Só nós.

Tenho a forte convicção de que nunca conhecemos verdadeiramente ninguém. Eu já fiquei surpreendido com reacções ou actos de pessoas que julgava conhecer. Para o bem e para o mal….. 

Preferimos mostrar o nosso lado politicamente correcto, cheio de boas maneiras, algumas vezes para quem não as merece de todo, mesmo que isso nos custe a bílis.

É um sinal de hipocrisia? Sim, claro, mas agimos assim pelas nossas exigências sociais e da educação recebida. Deste modo ocultamos o nosso lado negro a “bem da sociedade”.

A cultura milenar do extremo oriente mostra que o lado negro e o lado da luz fazem parte do todo, em partes iguais. É o Yin e o Yang, conceitos do Taoismo, que acreditam que existe uma dualidade em tudo.

O Yin é a escuridão e o Yang a luz. E ao complementarem-se, permitem a sua existência mútua.

Só mostrando algum do nosso lado mais escuro e mais secreto poderemos viver em equilíbrio e permitir que os outros nos conheçam, verdadeiramente.

Nós somos escuridão e luz ao mesmo tempo. E é o que somos, intrinsecamente!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O "Poder" Natalício



O Natal é mesmo uma época especial! Toda a gente anda feliz e contente a procurar conciliar horários e programas para se encontrarem ou, supremo dos supremos, passar a Ceia de Natal juntos.

Sobre este assunto surgem frequentemente questões mais ou menos complicadas, tais como: “É como no ano passado, não é?”; “Eu vou, por isso tu também tens de ir!”; “Tu vens a minha casa, e pronto!”; “Os teus sogros também vão a tua casa?

Pode não parecer, mas é uma questão de poder a decisão sobre a Ceia de Natal. Claro que há pessoas que não compreendem isso (ou não querem compreender). 

Normalmente são as que se deslocam a contra gosto, mas vão. “Tenho de ir.”; “Tem de ser.” ou "Sabes, não quero arranjar problemas no Natal".

De vez em quando ouço justificações "interessantes", tais como “Vens a minha casa porque fica mais perto.”; “É que os pais do/a … vão lá, por isso tem de ser em minha casa.”; “A minha sogra não quer sair de casa, por isso temos de ir para lá.”.

Mas verifico que quando se "ganha" um ano, e caso se mantenham as condições, perpetua-se o Poder Natalício, ou seja, o direito de receber.

Contrariamente, os outros têm o dever de prescindir de passar a noite de Natal na sua própria casa durante anos.

Com as imposições (ainda por cima) perpetuadas, não admira que existam cada vez mais pessoas a querer que “O Natal passe o mais rápido possível.”, ou “Eu vou mas contrariado, por isso chego, encosto-me lá para um canto, à espera de ir para casa.

Acredito que existam mas nunca vi acordos e combinações género “Moeda ao ar”, ou “Este ano é na minha casa mas no próximo ano é na tua.”. Têm muito mais a ver com o espírito natalício.

Mas há outras soluções (para quem goste e possa, claro): ViajarSair. Livrar-se das tricas, das trocas de prendas, das combinações de sítios e comidas, dos "sapos" para engolir. Enfim, libertar-se do Poder Natalício!

Experimenta. Acredita que vais gostar.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Luz, Câmera... Ação!


As nossas vidas têm cenas que podem ser classificadas como os filmes: infantil, comédia, ação, drama, suspense, policial e terror.

Por vezes há cenas tão desconcertantes que podem ser consideradas como pura Fição Científica.

No filme da nossa vida somos, claro está, as estrelas, os atores principais

Por outro lado não temos argumento, guião ou realizador. É mesmo uma produção independente. Ou cinema de autor.

No nosso filme “os outros” são figurantes, e nós também entramos nos filmes deles. São as chamadas parcerias.

Por vezes sucede que um(a) figurante destaca-se e ganha por direito próprio um papel principal no nosso movie!

O nosso filme torna-se assim uma co-produção, ficando muito mais interessante…. pois há muito mais enredo!


‘Bora fazer mais uma cena? Luz, Câmera... Ação!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O Mongas Submisso


Todos nós somos únicos como seres humanos, mas por vezes temos a tendência de catalogar as pessoas.

A ideia de “agrupar” as pessoas por tipos é antiga, mas mantem-se sempre actual.

Há inúmeros catálogos de pessoas, desde as “cientificas” da psicologia, às das revistas da “treta”, aos 9 tipos do Eneagrama, e até aos signos e respectivos ascendentes.

Desde a maneira de pensar, vestir, andar, comer, dia e mês de nascimento, tudo serve para diferenciar as pessoas.
Mas há um tipo que surge em todas as tipificações: o Mongas Submisso!

Mas que tipo de pessoa é esse, afinal?

O Mongas Submisso é o homem que para agradar à mulher se submete totalmente à sua vontade.

Ela pode e faz-lhe tudo: grita, humilha, manda, ameaça, chantageia, bate. Tudo.

“E ele que faz?” Perguntam vocês. Nada! Não reage, não responde, não se ofende, aguenta. Sempre. Por vezes fica em retiro, mas nunca foge para muito longe.

Na sua infinita passividade julga assim cair nas boas graças da pessoa que o agride. Só não quer é que a sua “amada” fique zangada por sua causa.

O meu primeiro contacto com um desse espécime foi em criança. Estranhando ver um vizinho a passar horas intermináveis fechado (!) na sua autocaravana, só soube que era um Mongas Submisso quando o vi acompanhado pela sua esposa.

Mesmo sendo criança na altura, soube logo que estava na presença de um Mongas Submisso, de que tinha ouvido falar mas que nunca vira.

Reparei que o espécime mal falava na presença da sua esposa (ela falava pelos dois), e bastava um olhar dela para ele baixar imediatamente a cabeça.

Este era obviamente um caso agudo! Já vi outros casos semelhantes mas felizmente a maior parte são mais ligeiros.

Mas afinal qual é a origem do Mongas Submisso?

Historiadores afirmam ter encontrado provas que o homem das cavernas após escolher a sua parceira, arrastava-a para a sua caverna pelos cabelos, depois de lhe dar uma pancada na cabeça com a sua moca.

Já o Mongas Submisso caracterizava-se por ser ele próprio o “mocado”! E a partir daí divergiu….

Contactado o “National Geographic”, que após prolongadas observações, informaram-me que actualmente o Mongas Submisso integra-se bem na sociedade, passando completamente despercebido. Quando sozinho!

Porém, quando acompanhado, este espécime é facilmente detectável até pelo observador mais desatento, especialmente pelo circular em casal no shopping.

É que o Mongas Submisso caminha um passo ou dois atrás da sua “amada”, e quase sempre com olhos sorridentes e brilhantes (verdade!), contrastando com o rosto fechado e duro da sua parceira.

O “National Geographic” informou ainda que o Mongas Submisso não está em risco de extinção, antes pelo contrário, pois reproduzindo-se com alguma facilidade, ocupa agora regiões onde dantes rareava.

E quanto ao seu futuro? Permanece um mistério...

Não tenhamos ilusões! Não há cura nem remédios mágicos, estilo chifre de rinoceronte ou de unicórnio.

Então a solução é continuar a levar e a calar! Ou fugir, mas para perto e por pouco tempo, de preferência, não vá a “patroa” zangar-se a sério.

É assim o seu Destino. E se este é levar “mocadas”, abençoadas sejam!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ATENÇÃO! Precisa-se


Mas o que é que está a acontecer comigo?

Olho cada vez mais para o smartphone e para o tablet, e passo as aplicações cada vez mais rápido, procurando não sei o quê. 

Reparo que quase toda a gente está como eu. Ou (muito) pior. Um estudo recente aponta para que um utilizador normal olha 85 vezes por dia para o écran do seu smarthone!

Ontem fui a um bar de praia ao final da tarde beber um cappuccino com um amigo. Na mesa ao lado estavam dois casais novos, na casa dos trinta, e as únicas coisas que fizeram durante todo o tempo em que lá estivemos foi o de olharem para os écrans dos seus respetivos smartphones ou dizerem uns para os outros "Já conheces esta aplicação?".

Triste!

Completamente conectados, reparo que cada vez estamos mais isolados nos nossos mundinhos digitais. Conseguimos facilmente falar ou saber de alguém que está a 6.000 quilómetros de distância, mas ignoramos completamente quem está connosco, sentado mesmo ao nosso lado.

Estamos no final do ano e como habitualmente surgem-me desejos de mudança….

Assim, em 2016 pretendo levantar a cabeça, ver o mundo que me rodeia e em especial conhecer melhor as pessoas.

E pode ser que tenha alguma sorte de alguma cabeça se levantar e de me ver também. Isso seria um feito notável nos tempos que correm. Significaria também que havia uma ténue esperança para a humanidade.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

MANEPA

Uma amiga minha iniciou há uns anos um movimento sui generis – o MANEPA – Movimento Abolicionista do Natal e Passagem do Ano, ao qual aderi com entusiamo. A sua linha programática propõe que se elimine o Natal na sua actual forma comercial.


 Se bem que os argumentos utilizados são, na minha opinião, muito fortes e convincentes, sei que jamais chegarão para convencer a maioria.


É que do outro lado da barricada está a gigantesca "Máquina Natalícia", que inclui o Pai e a Mãe Natal, comerciantes, fabricantes, distribuidores, etc, etc, estando por último as inocentes criancinhas, ou seja, as consumidoras finais, que farão beicinho caso não recebam as suas mais que merecidas prendas.

Assim de um lado estão cerca de 99,998% da população e do outro 0,002% que pertencem à MANEPA.

Mas será que o Natal está assim tão comercial? Resposta: SIM!! Tu já reparaste que todos os anos pensas e dizes a mesma coisa: “eu este ano não vou comprar prendas para ninguém!”, e após uns segundos de silêncio, acrescentas: “bem, só para as crianças, pois o Natal é para elas .

Só que depois entra em acção a Popota, a Leopoldina, o Ferrero Rocher, o Barbudo nos Centros Comerciais, etc, e o teu cérebro entra em Modo Natal, lentamente, quase sem te aperceberes.

Tu até começas bem, cheio de boas intenções, pois compras os brinquedos para a criançada aproveitando os descontos do Continente, e julgas que ficas por aí. Mas a “Máquina Natalícia” sabe que é a altura do tudo ou nada. E não desiste!

Esta começa verdadeiramente a funcionar na altura de se receber o subsídio do Natal (para quem o tem, claro) e levas incessantemente com as promoções, os Black Friday, os pagas 2 levas 3 e começas a pensar “esta é uma boa oportunidade para comprar aquilo”. Sim, é, e também de seres apanhado. E já foste.

Eu sei que não tens culpa. Todos os anos logo após o final do Verão ficas apanhado numa lavagem cerebral que nem George Orwell imaginou no seu livro 1984. É que nem a Coreia do Norte consegue difundir tanta propaganda em tão pouco tempo.

Por isto tudo aderi à MANEPA. Se te quiseres libertar do Natal comercial adere também. É grátis. Já agora Feliz Natal para ti. Mas do verdadeiro!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Eu Conheço-te. Desde Sempre



Displicentemente olho para o ecrã do computador e percorro rapidamente os nicks dos presentes. Famosos, conhecidos, outros nem por isso e alguns visitantes.

Imagino sempre este "mundo" como um conjunto de portais, como se fosse um FarmVille com pessoas em vez de vaquinhas, porquinhos e hortinhas virtuais.

Nestes portais reparo que há nicks que estão sempre lá, como se a sua vida fosse efetivamente essa. Cresce-me a sensação de ali não haver vida real e de nem me conseguir aperceber por vezes que são pessoas de verdade. Mas são. Pelo menos acho que sim.

Reconheço alguns nicks pela sua originalidade. Sim, que criar um nick decente e que fique na retina requer um conjunto de predicados que não está ao alcance de qualquer um. Fala a voz da experiência: bem tentei e não consegui.

Mas hoje vim cá porque estou com uma sensação diferente e não a sei explicar por palavras. Deixo-me ir. Normalmente quando o meu corpo pede um determinado alimento eu ouço-o e correspondo logo que possa. Essa comunicação é demasiado instintiva e animal para a ignorar. E a sensação de hoje tem fortes semelhanças.

Percorro novamente a lista de nicks, desta vez com mais atenção. Nada. Estou prestes a desistir mas algo me impede a mão de carregar no off do portátil. Estranho. Quase que ouvia “Olha a lista, olha a lista novamente, meu imbecil!”. Quase a contra gosto percorro mais uma vez a tal lista. “Imbecil porquê? Não há aqui nada!” Penso.

Olho novamente e vejo de repente um nick esquisito que nunca tinha visto e nem consigo descortinar o seu significado ou origem. Fico sem saber o que pensar.

Fiquei logo com a certeza absoluta de ter visto aquele nick na lista, uma e outra vez, tal como o vi agora, mas parecia diferente, como que escondido dos meus olhos porque ainda não estava na altura de reparar nele. Só quando fosse o momento. Que aconteceu agora.

Um sentimento único e novo percorre todo o meu ser. Surge um silêncio súbito - a minha voz interior cala-se, como que a dizer “Sim, é isso.” e reparo que o tempo entretanto pára e tudo fica em suspenso. Por quanto tempo não sei dizer mas nada ouço e nada se mexe. A sério.

Observo com mais atenção o nick. É-me completamente desconhecido mas por alguma razão imensamente familiar. Não consigo explicar essa incongruência, mas aceito-a. Só tive uma sensação semelhante e foi quando ouvi pela primeira vez um nome de uma cidade e ela soou-me como se fosse a minha terra natal. Não a fui visitar. Ainda.

Não sei o que escrevo. Talvez uma mensagem de boas vindas em marciano, ou então uma frase banal.

De Marte ou sei lá de onde a resposta não tarda. Aturdido abro os olhos de espanto. Garanto que não sei o que responderam de volta, mas não é importante. Sinto que nada mais importa pois o sentimento que me invade é intenso, envolvente, único, verdadeiro. Não consigo explicar nada. Decerto nunca o conseguirei.

Ela estava à minha espera do outro lado, e aguardava. Algo a impedia de se ir deitar pois as instruções que invadiam também a sua cabeça eram claras: “Aguarda mais um pouco. Tem paciência.” E estas eram para respeitar, talvez por serem tão inusitadas, ou por serem tão afirmativas.

Ela não viu o meu nick entrar. Ela não estava atenta às entradas e às saídas, nem se preocupava com quem lá estava, habitual ou não. Pediram-lhe para aguardar e não para agir. E ela esperava. Sim, esperava.

Quando a minha saudação inicial lhe apareceu no monitor, foi como se uma mensagem de completa serenidade e familiaridade se tratasse, não de uma intromissão de um desconhecido qualquer. Ela sentiu instantaneamente que era o que tanto esperava. És tu! Eu conheço-te e tu conheces-me. “Olá!”respondeu, de seguida.

Imediatamente tive a certeza do que já sabia no íntimo. Sim, és tu. Eu também te conheço, desde sempre. “Olá também para ti….. Amor. Até que enfim!”

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Sentimentos


O primeiro sentimento de que me lembro foi muito forte, tão forte que perdurou pelos anos até hoje. Eu era muito pequeno e fiquei indignadíssimo!

Imaginem vocês eu ter tido uma ideia fenomenal, e sem dizer nada a ninguém comecei a pô-la em prática. Quando os adultos se aperceberam do que eu estava a fazer riram-se e disseram que não, que não podia ser.

Os adultos não me trataram mal nem me desrespeitaram. Antes pelo contrário, acharam graça à iniciativa. Mas para mim a ideia era muito boa e por isso não compreendi a razão porque me impediram de a por em prática. Ela era fantástica!

O facto de ter permanecido na memória este sentimento de indignação (mas podia ter sido outro) leva-me a pensar que estes, quando puros e verdadeiros, são extremamente fortes e perenes. Eles ajudaram-me a formar a minha alma e a definir quem sou, passando a fazer parte de mim.

Os sentimentos ficam gravados para sempre no coração, e é por isso que me lembro tão bem deles e não tanto das memórias, sejam elas quais forem. Os sentimentos são (quase) tudo na vida, e é só com eles que ficarei, quando o resto se esvair.

Sei o que estão a pensar, e é claro que eu nunca vos contarei o episódio com que iniciei o texto, pois iriam pensar como eu: “Que criancice!”

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Sabes quando regressará a Primavera?


Tu sabes, eu sei que sim…

O amor dá cores únicas à vida, as janelas da alma abrem-se de par em par e ficamos totalmente rodeados de luz e de suaves aromas primaveris.

Sem amor tudo fica com uma tonalidade cinzenta, nevoenta, fria, e julgamos que nenhum raio de sol nos voltará a aquecer o coração.

Tu sabes quando regressará a Primavera? Depois diz-me…
É que estou à espera dela....

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Silêncio


Uma das coisas que mais me afecta é o silêncio.

Não me estou a referir ao silêncio da noite. Esse é perfeitamente normal, pois moro numa rua sossegada e agitação em minha casa é coisa rara e pouco vista.

Refiro-me sim ao silêncio de quem eu queria que me telefonasse, escrevesse, enviasse mensagens, e-mails ou aparecesse. Uma simples prova de vida.

Mas em vez disso remete-se ao silêncio. Profundo. Perturbador. Opressor até!

O seu silêncio silencia-me, impedindo-me de falar, de escrever, de aparecer. Até de viver.

Não, recuso-me a ouvir mais esse silêncio. Eu não o suporto mais. Vou calá-lo de vez! Logo que descubra como…

O silêncio é o mais insuportável dos sons para quem o não quer ouvir.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Sentido da Vida. A História de Nick Vujicic



A procura do Sentido da Vida acompanha o Homem desde que ele adquiriu consciência, ou dito de outra forma, há milhares de anos que está no pensamento de milhões. Pelo que sei, sem uma única conclusão que seja. E eu não sou excepção, claro.

Pensar é (ainda) um dos prazeres que tenho quando há tempo e disposição. O meu cérebro e a minha alma em uníssono começam a vogar pelo abstracto, pelas sensações, pelo mundo e pelo cosmos, tentando compreender ideias. Mas a maior parte das vezes dou por mim a pensar nas pessoas que estão ou que estiveram na minha vida.

Mas por vezes dou por mim a pensar no sentido da vida. Que faço eu aqui? Qual o sentido disto tudo? Invariavelmente chego à conclusão que sei tanto ou tão pouco sobre esse tema como os nossos antepassados.

Estou a abordar este tema porque visionei (com assombro, refiro) a apresentação no TED de Nick Vujicic, um homem que nasceu na Austrália e que em pequeno emigrou com os pais para o Estado da Califórnia, Estados Unidos.

Mas o que o torna único foi o facto de ter nascido sem braços e sem pernas. Parem por uns segundos e imaginem terem nascido sem braços e sem pernas! Conseguem? Pois. Ele nasceu e tem vivido assim!

Num mundo como o nosso, que privilegia o parecer e não o ser (porque aparentemente não há tempo para se conhecer ninguém com profundidade!), nascer sem membros superiores e inferiores é o mesmo que estar morto a nível social. Literalmente.

Talvez por ter nascido e crescido em duas das regiões do mundo mais evoluídas a nível social, conseguiu, não sem enormes custos emocionais tremendos, sobreviver. Mais! Crescer como pessoa de uma forma que talvez não conseguisse se tivesse nascido“normal”.

Mas o que mais me marcou na apresentação foi o Nick ter afirmado saber qual a sua missão, o que veio fazer a este Mundo. Enfim, sabe qual o seu Sentido da Vida. Tocou-me.

Infelizmente eu ainda não sei! Sei qual o meu lugar na sociedade e o que se espera de mim, mas gostava de saber verdadeiramente qual a minha missão. Mas não perdi a esperança…

E tu? Já sabes?




segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Odeio o Amor !!!



Amigas e Amigos, declaro solenemente que estou farto daquele anormal que se chama Amor!

Tenho reparado desde há bastante tempo que ele anda a portar-se muito mal e com péssimos hábitos.
Alguém tem de fazer alguma coisa! É que nunca o vi assim!

Ele de vez em quando desaparece da face da Terra!

Julgo que anda por perto e para grande surpresa minha já tinha desaparecido há muito tempo. E eu nem desconfiava.

E fico a perguntar para mim mesmo “Onde está o Amor?”, “Por onde andará ele?

Quando já nem me lembro da sua existência e já estou habituado a estar sem ele bate-me à porta, e quando dou por mim, já se instalou.

Quando o quero por perto, convido-o com bastante antecedência por causa da sua intensa agenda social.

Ele diz sempre que sim que aparece, e depois quase sempre e sem qualquer aviso “deixa-me agarrado”, como se diz popularmente. E nem me atende o telemóvel!

Eu vos digo! Ou está parvo ou está doido. Ou as duas coisas.

E aquele arquinho? Afinal o que é que ele pretende fazer com aquelas setinhas? Ridículo!

Vocês sabem, eu antes confiava no Amor. Era agradável, previsível, acreditava mesmo nele. Agora? Nem o posso ver. Odeio-o. Odeio-o mesmo!!

Pois. Já sei o que estão a pensar…  Será Amor?

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Anda para a frente que atrás vem gente!


Gravei indelevelmente na alma esta expressão popular, a qual tomei contacto há poucos anos.

Para mim terá um significado parecido com “Segue para a frente com a tua vida, não pares, pois atrás de ti vem gente que te ultrapassará se afrouxares o ritmo ou que te pisará se caíres, pois a vida não pára.” Considero que é a melhor incitação que já vi para continuarmos a levar a vida para a frente.

A Vida segue sempre o seu rumo, inexorável, qual tsunami que empurra tudo à sua frente, brutal na sua força.

Em que direcção? Não sabemos. Nunca sabemos. Pode estar a levar-nos em direcção a um muro ou a um precipício. Ou para o Paraíso...

Escrevo estas palavras a pensar nos que adiam a sua vida, esperando talvez ser recompensados pela sua atitude passiva. Nesta vida ou noutra.

Alguém já lhes deveria ter dito que a Vida não costuma recompensar situações dessas. Não é do seu feitio.

Já outras pessoas tentam saltar etapas: as suas cabeças já sentem a doce sensação da vitória, mas na realidade ainda não iniciaram o seu percurso. E podem mesmo nunca o fazer.

Quem enfrenta a Vida destas formas arrisca-se a ser cilindrado pelo rolo compressor que nos segue, juntinho a nós, esperando o mínimo deslize.

Quantas vezes quisemos travar a marcha da Vida, desviá-la do seu curso como se de um rio se tratasse? Muitas, não foi? E que resultados obtivemos? Nenhum. Mas de vez em quando voltamos a tentar. Debalde…

Agora, acredito no querer, no sonhar, no planear, no esforço continuo, no passo-a-passo, como a melhor forma de se atingir com sucesso o resultado final. Actualmente não vejo outra melhor, sinceramente. E mesmo essa falha amiúde!

Adiar ou saltar etapas são tentativas vãs de travar ou parar a Vida. E isso não é possível. Porquê?


Olhem para trás. É que atrás vem gente…..



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

"Os Casamentos deviam ter prazo de Validade"


Dizia um ex-Chefe meu que “os casamentos deviam ter prazo de validade”. Nessa altura achava essa opinião uma blasfémia total, pois considerava que “os casamentos (no sentido alargado do conceito) são para a vida”.

O argumento apresentado tinha a sua lógica: “se tudo na vida tem prazo de validade (começando pela própria vida), porque não os casamentos? Quando decidissem que era para valer, os membros do casal estabeleciam a duração. No final desse período e se ambos estivessem de acordo, renovariam. Ou não. Afinal”, rematava, “o casamento é um contrato!

Pensando bem, se até os contratos de trabalho sem termo terminam com a reforma, os casamentos devem ser mesmo os únicos que são perenes.

Agora, começo a pensar que ele até poderia ter alguma razão!

Se houvesse uma duração estabelecida, qualquer um dos membros do casal poderia optar por não renovar, sem justificações, sem dramas, apenas acabava….

Penso concretamente nos membros do casal que, ao sentirem-se numa relação “estável” desinvestem em termos sentimentais.

Se houvesse uma duração estabelecida, talvez pudesse haver uma maior consciencialização da importância em não deixar de alimentar continuamente a relação, como se de uma frágil flor se tratasse, que morre rapidamente se não for cuidada.


Mas…. se é uma daquelas pessoas afortunadas que tem uma relação abençoada este texto não é para si, pois nesses casos o Casamento deve ser mesmo para a Vida.





terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Amor é (mesmo) uma coisa complexa!




O Amor deve ser o tema mais debatido de sempre, mas completamente e totalmente inesgotável.

A nossa aventura Amorosa começa (sempre) no ventre da nossa Mãe e só acaba quando damos o nosso último suspiro.

O Amor trespassa-nos a todos, especialmente quando menos esperamos e quando dizemos “não” a esse sentimento. Em vão…..

Quando achamos que já não queremos, quando dizemos que já não vale a pena, quando afirmamos que já sofremos bastante por causa dele, eis que nos surge, como afirmando que sobre todos os restantes sentimentos impera.

Ao contrário da Sorte, o Amor pode até bater à nossa porta mais que uma vez! E podemos nem estar em casa, pois (muitas vezes) ele espera por nós.

O Amor pode surgir repentinamente como uma onda avassaladora, ou aos poucos como uma maré, sendo o resultado sempre o mesmo: ficamos total e completamente submersos como se tivéssemos voltado ao líquido primordial.

O Amor é (mesmo) uma coisa complexa!


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Estar Sozinho




Num dos meus zappings apanhei uma frase da série NCIS Los Angeles que me fez pensar. Na cena, Miss Hetty disse: Ninguém merece estar sozinho, nem mesmo você, Mr. Deeks.

Esta afirmação fez-me pensar sobre o que significa “estar sozinho”, e constato que é tudo menos simples.

Posso pensar que significa morar sozinho. Sim, é estar sozinho fisicamente.

Ou então posso pensar na ausência de uma relação. Sim, isso é estar sozinho afectivamente.

E ainda posso pensar na ausência de familiares. Sim, é estar sozinho familiarmente.

Qualquer uma das situações descritas é penosa para muita gente. E a mistura de duas ou das três referidas é demasiado dramática para a maior parte.

Mas talvez a mais penosa que consigo imaginar é a de alguém que vive com uma pessoa, com quem tem ligação afectiva e, por alguma razão (ou nenhuma) é ignorada, rejeitada, marginalizada.

Esta situação sim é penosa, destrutiva, insuportável até, e que com o passar do tempo transforma qualquer pessoa numa sombra do que já foi, num espectro, num pária.

Considero que é infinitamente melhor viver sozinho do que estar sozinho a viver com uma pessoa que tanto lhe diz, mas que não lhe diz nada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Condicionados




Todos nós nascemos, vivemos e morremos condicionados.

Podemos viver a vida inteira sem nos apercebermos da nossa condição de condicionado pelo simples facto de nunca termos sequer pensado no assunto.

Nascemos e passamos os primeiros tempos das nossas vidas descondicionados, mas a condicionar outros.

Começamos a ser condicionados, contra a nossa vontade diga-se desde tenra idade. Comida, dormida, asseio, linguagem, tudo nos é regulado gradualmente.

Na juventude ficamos irremediavelmente condicionados pelos amigos. Ironicamente, é a altura da vida que julgamos ter mais liberdade.

Só quase no ocaso da vida é que começamos a libertar-nos de alguns condicionalismos, porque nos apercebemos deles pela sua inutilidade.

A sociedade é sempre o principal condicionador. Nesta está incluída a religião fenómeno social e não religioso.

É o condicionalismo que mantêm a ordem e a coesão social, dirão alguns. Sem ele, dizem, seria a anarquia e regrediríamos ao nível da barbárie.

O aceitar estar condicionado é principalmente uma forma de estar. Basicamente é o aceitar regras e normas impostas por outros sem nos consultarem.

Nós escolhemos os políticos que julgamos mais capazes de condicionarem a sociedade com as “nossas” normas.

O não cumprimento dos condicionalismos leva rapidamente ao ostracismo e ao isolamento social, e que pode não ser revertido mesmo retomando as regras novamente.

A maior parte da nossa vida é passada ao lado de pessoas que pensam e agem como nós. Será que alguma vez pensámos se deveremos continuar assim ou se deveríamos alterar esta forma de estar?

Já alguma vez nos questionámos sobre o modo como fazemos, pensamos e falamos, como se tivéssemos sido programados?

Já alguma vez pensámos nos nossos próprios condicionalismos?

Já alguma vez pensámos como seria se nos libertássemos de um ou outro condicionalismo?

Pagar as contas é um condicionalismo necessário. Guiar pela direita em Portugal é outro imprescindível. E há muitos mais que nem notamos por serem tão naturais como respirar. Não sou apologista da plena liberdade, amor livre ou anarquia, por exemplo.

Mas sou apologista de que pensemos. Devemos pensar com clareza e por nós mesmos.

Pensemos nas coisas que nunca fizemos porque “pode parecer mal”, pensemos no tempo perdido, nas oportunidades desperdiçadas, no quase, no ano que vem vou fazer, no que diria a minha família, no que tio, na prima, na vizinha, no tempo que já não volta, no não faço isso que faz mal, que tenho vergonha, que é longe, que é muito perto, que está a chover, que está calor.

Pensemos é no resto da nossa vida, livro em branco o qual temos de preencher da melhor forma possível!

Pensa, Imagina e Liberta-te! Verás que viverás melhor.